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28 de fevereiro de 2011

Nada fica de pé

Nao que eu nao tenha convicções a respeito do amor
Mas você bem sabe como tumultuar o meu ritmo
Como causar intrigas entre o querer e o poder
De maneira que nunca se entendam
Isso desperta o movimento separatista entre o que desejo e esse sentimento torpe de quem ama
Você é a causa dessa hecatombe
Nada fica de pé
Nem as minhas convicções.



Texto: Micheline Mustafa
Escrito onde: na cama, onde leio, escrevo e acontecem os devaneios.

26 de fevereiro de 2011

SEXO NO METRÔ

Eu Te esperei lá no metrô aquele dia
Mas você pegou um táxi
e me causou arritmia.
Você já não faz nada como eu queria,
Eu já sabia
E hoje em dia eu nao te acesso em canto algum
É incomun
E você desvia
Mas é assim
Nao adianta porque depois você se entrega
E nunca nega
E faz por mim acrobacia
Mas meu bem, escuta bem
Que dessa vez nao tem perdão
Nao abro mão
Se não fizer bem direitinho
Vai ter sermão
Você nao é nenhum santinho
Então demonstre essa paixão
Anote então:
Pegue o metrô e desça lá na estação dos capuchinhos
E dessa vez se vacilar
Eu vou de táxi só pra gente não transar
Vou me vingar...

texto: Micheline Mustafa

20 de fevereiro de 2011

INSULFILM


Não sou de odiar quase nada, juro.
Mas há coisas de que não gosto, profundamente.
Como o insulfilm nos carros.
Também não gosto de comidas enrugadas, frutas cristalizadas e coisas embalsamadas.
Não gosto da existência de baratas em meu habitat.
Nem quando fazem muitas perguntas. Tenho vontade de dar respostas antes mesmo que elas comecem.
Não gosto quando tento sair do elevador e me empurram pra dentro dele tentando entrar.
Não gosto do escuro de dentro das bolsas, por nunca encontrar nada fácil nelas. Bolsa devia ter lâmpada interna.
Não gosto de telefones tocando no melhor do sono, seja começo ou fim.
Não gosto que me controlem.
Nem de comer folhas, nem de filmes de terror.Não gosto de perder os arames do sutiã na maquina de lavar, ou quando a chuva começa 5 minutos antes de eu sair. Embora eu ame a chuva.
Não gosto de mal atendimento, de infiltração no apartamento, de falta de comprometimento.
Não gosto de gente xenofóbica, nem de dormir no escuro completo.
Mas profundamente, eu só odeio o insulfilm.
Odeio por nao me deixar ver com clareza as coisas de que tanto gosto.

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