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16 de agosto de 2009

PROPRIEDADE PRIVADA


Prove-me.
Tenho o gosto dos venenos mais amenos, serenos
E prometo te matar sem nenhuma dor, amor

Obedeça.
Me deixe sozinha sempre que eu te pedir
Mas insista para ficar sem eu deixar
Adoro ser contrariada, pra variar.

Rasgue minha roupa, mas rasgue com delicadeza
Afinal, safadeza não combina com aspereza

Me sugue, mas não muito.
Provoque, mas não sufoque.
Quero espaço, quero poder me espalhar.

Cozinhe meus prazeres gastronômicos
Nada econômicos
Mas cuidado pra você não me engordar
Eu provo, mas não vou te perdoar

Me deixe nua com suas verdades,
Mas enxergue minhas mentiras sinceras
Eu juro, não quero ter que te explicar

Leia pra mim todas as cartas de amor da historia,
Decore os nomes dos amantes na memória,
Faça cena
Mas será uma pena se você exagerar

Enxergue que sou cega de amor
E me traga óculos quando eu ameaçar ver o que não há

Se lembre de dia de mim
De tarde de mim
De noite de mim
Mas não me ligue, benzinho
Senão eu vou enjoar

Me embriague sem que eu perca a lucidez
Ficarei louca
E prometo me entregar mais uma vez

Sou contradição, eu sei
Cilada,
Mas confesso que entro fundo na jogada

A escolha é sua,
Me invada
Mas saiba que sou propriedade privada.



TEXTO: Micheline Mustafa

3 comentários:

  1. Eu simpatizo com o socialismo e, sobretudo, com a anarquia.

    ResponderExcluir
  2. Adorei amigaaaaa !
    Tudo de bom esse texto.
    Minha cara rsrsrsrsrs

    bjs,

    Elani

    ResponderExcluir
  3. Lindooooooooooooooooo
    Meu Deus p quem vc escreveu isso tudo????
    Liindo, parabéns!

    DÉBORA TELES

    ResponderExcluir

Já que está aqui, fala!

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