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17 de julho de 2010

MEMÓRIAS DE UM ARREPIO

Você pode ter esquecido

Mas minha memória é eterna

Eu sou aquele arrepio

Sem vento e sem frio

Subindo em tua perna

O grito comprimido num pote

O cheiro cheiroso

Que te esquenta o cangote

Eu sou o inferno eu sou a paz

Sou passado que vai à frente

O presente correndo atrás

Aquele que te segue enquanto anda

Tragando o cheiro de mel e lavanda

Eu sou a sua libido viva

A gota de saliva que escapole do beijo

Escorre na louça e ilumina o que vejo

E mais do que justo segue sua trilha

Deslizo em teu busto e transborda à virilha

Eu sou o que essa gota é agora

Passeio em teu corpo

Pouso em sua mão

E nunca mais vou embora.

                  (Pietro Leal)


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